caneca preta
sempre há outras palavras. na calçada, uma caneca preta. na fala, uma dose certa. na espera, uma saudade de casa.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
o que carrega nos ombros?
ele não existe, não existe. e existe. persiste na sua salubridade noturna. madame quando acorda na aurora matinal com sua esfinge. e resiste sob seus escombros diários. ele olha azul, mas o seu olhar é negro como o seu medo de ficar no escuro. o que carrega nos ombros? até que ponto vai ser assim como um frio insuportável na madrugada do rio e suas curvas?
terça-feira, 9 de agosto de 2011
música
sabe quando arrepia. aquela música. aquela astúcia de se feliz. sabe quando a voz te arremata. que desata, te ata, destaca a possibilidade. sabe quando arrepia todos os poros da casa? quando a gente esquece que tem chão mais firmes sobre a melodia. sabe aquela música. aquela astúcia de ser feliz, eu vi aqui, agora.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
sob o céu azul
a água está fugindo pelo ladrão. sob o céu azul. outro dia de sol depois da chuva. no inverno temperado daqui. perto do chão. sob o céu azul. outro amor abraça a pele fria. ele vivia na lembrança de ser feliz.
sábado, 23 de julho de 2011
amy
foi uma lágrima congelada no olhar. foi a amy. deprimente. ausente dela mesma. eita amy. volta amy. fica em casa. canta para a gente dormir. mas ela não dorme. não dorme. nem torce por ninguém. e vejo a lágrima congelada no olhar. e quero não ver a amy. alcoolizada. drogada. vestida de prada. despenteada. e voz inalterada. eita voz amy. eita voz. e nós o que faremos quando se for numa dessas noites de overdose?
Texto criado em 01/06/2008
adeus amy, sua música e voz vão ficar para sempre em nossos poros.
Texto criado em 01/06/2008
adeus amy, sua música e voz vão ficar para sempre em nossos poros.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
minha metade à porta
meu sorriso bate à porta. é essa metade que quer andar descalça sobre a grama. meu sorriso bate à porta. é minha metade que quer entrar. derrama a minha saudade de quando era criança. derrama a minha metade no repouso das minhas chamas. e meu perigo bate à porta. na contagem regressiva de voltar pra casa. pra infância da minha saudade. depois de sussurrar as lembranças por toda a parte. dilacerar minhas cantigas. antigas. vestidas de sol.
sábado, 2 de julho de 2011
estou de 7 meses
estou de 7 meses. nas vezes de não voltar. sopram todos os frios pela janela adentro. mercedes não quer chegar. ela ri da palavra. da calçada sonora. evapora o seu beijo no ar. e não se conteve mercedes, não se deteve no olhar.
no rio, estou de 7 meses. mas teve quem me quisesse mais. na lembrança doce do sorriso quente. perdi as vezes. às vezes é que mercedes adormece, me aquece, permanece na sala de casa. desaba o teto solar.
no rio, estou de 7 meses. mas teve quem me quisesse mais. na lembrança doce do sorriso quente. perdi as vezes. às vezes é que mercedes adormece, me aquece, permanece na sala de casa. desaba o teto solar.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
dias incertos
só na caneca preta tomo coragem. meu leite e meu chocolate quente. sempre na agonia de ser completo por inteiro. outra manhã fria de sol põe no lençol uma saudade de uma caneca cheia de palavras. e na caneca preta também tomo um silêncio profundo. é esse mundo inconsolável. só na caneca preta tomo colágeno. meu chá de cidreira e meu solvente quente. sempre na melancolia de uma infância que não é presente. é outra quinta-feira fria de outono-inverno. só na caneca preta a minha veia espreita sua overdose. minha osmose datada e as minhas vozes noturnas nesses dias incertos.
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