segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

no corcovado

no corcovado há um lado puro de seu sorriso. paraliso na subida. preguiça de ir embora. por isso desisto. desisto.

no corcovado sorri suas purezas. natureza na cerca da mão. e do chão não se vê tão alto. passo no instante do beijo. sou seu desejo. e desejo. desejo.

no corcovado há o seu sorriso em estado puro. procuro. procuro. me inundo de ar. para lá da lagoa de freitas você se estreita pra me abraçar. de longe. de longe. mas bem perto do mar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

nublado

no nublado das horas pode chover. pode ser que nem seja a hora. e uma fresta de azul pinta no céu cinzento. intento. invento. há tempos.

sou um canto regrado. desacreditado. outra hora apavora o meu medo de me afogar na chuva de agora. lembrei de tudo. puro desencanto.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

linhas tortas

nem hoje parei de enxarcar o desejo. nem hoje que se chove na região serrana do rio. tão molhado. tão pingado de mim. tão marcado pra vir.

só contei as primeiras gotas. só somei. esgotei as poucas palavras. desejei mais afogar os lábios. mas sábias são as linhas tortas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

a estiagem e a enxente

a boca estava quente. mente, corpo e desejo latente. a boca estava entre a loucura e a sanidade. uma pouca verdade nessa hora. implora, implora e chora molhada. escorregadia no agora. a boca estava urgente. entre a estiagem e a enxente. mas não se afogou lá fora.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

molhado

eu ainda nem nasci. nem vi o pôr-do-sol. nem senti o orvalho da manhã. nem sei se vou crescer. nem sei. vezes chove aqui dentro e me molho.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

3 de janeiro

estou em outono/inverno. perto de congelar. estou no inferno gelado de um beijo. desejo. desejo. desejo que não morre. estou na sorte. corte. lote 3 de janeiro a vagar.

domingo, 2 de janeiro de 2011

doces da vovó

não tenho doces da vovó. nem closes em fotos. nem toco sua pele. não tenho vozes da vovó. nem cheiro. nem veio me buscar no meu aniversário. mas fui presente. lembrança ausente. vóz estridente ao telefone. não some, neguinho. não come bombom à noite. avisa pra todo mundo que me lembro e sinto falta. não falta quando chegar. me liga pra te encontrar. porque estou certa de que as portas estão abertas para você entrar. no rio, chove entre aqui e o mar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

fez-se mar

agora que ele chegou. agora que foi por perto. agora que estou tão certo. por hora que nem penso em voltar. há uma aurora de sol que povoa, corta e que porosa deixa o sentimento de novo dia de novo ano. plano de ficar. plano para pisar. chamo com tom de voz como estivesse deserto. agora que estou tão certo. agora que já está. outrora dez. agora é vez. fez-se mar.